*Artigo publicado na CRANE BRASIL Ed. 69
Para otimizar os custos e reduzir os impactos ambientais, a indústria offshore tem buscado substituir os equipamentos antigos por novos, com maior eficiência e menores emissões. Uma das maiores empresas energéticas do mundo, proprietária de plataformas offshore na Bacia de Campos, RJ, deu início à substituição das bombas de injeção de água em poços de petróleo com objetivo de aumentar a pressão e vazão de água injetada. Para isso foi necessário instalar uma bomba de grande porte, composta de estrutura metálica, motor, tubulação, transformador, painéis elétricos, sistema de amortecimento e outras peças. Além de várias partes frágeis de controle, processo e instrumentação, cujo impacto poderia causar dano severo ao equipamento.
O guindaste da plataforma não tinha capacidade para içar a carga inteira e também não havia acesso do guindaste à posição de montagem final da carga, pois localizava-se sob o segundo convés da plataforma, tendo ainda outros 2 conveses e a torre de perfuração acima. Uma possível solução seria a mobilização de um navio guindaste ou um navio de construção para realizar o içamento. Porém, o custo de um navio de construção offshore para trabalho spot, isto é, eventual, é aproximadamente US$ 50.000,00 por dia, sendo necessária ainda a mobilização do mesmo, por cerca de US$ 500.000,00, além do longo tempo de mobilização.
Outra necessidade gerada pela substituição do equipamento foi realizar reforço do piso do convés para receber a nova bomba, que é bem maior e mais pesada que as bombas originais existentes.
A solução do problema do elevado peso da bomba e alto custo com um navio guindaste foi dividir a carga em partes com pesos compatíveis com a capacidade do guindaste offshore sobre pedestal da plataforma com lança treliçada. Com isso facilitou-se o manuseio e diminuiu-se o risco de choques, visto que o uso do navio guindaste exigiria um procedimento especial para evitar o balanço da carga para colocação dela sob o convés.
Para resolver o problema da falta de acesso do guindaste, foram fabricadas e montadas 02 plataformas temporárias, que funcionaram como “varandas”, fazendo a extensão do convés inferior para além dos conveses superiores. O projeto de içamento (plano de rigging) contemplou o projeto estrutural dessas plataformas bem como seu içamento para a montagem. A fixação se deu por parafusos, olhais, lingas de cabos de aço e esticadores. Uma dessas plataformas temporárias ficou tão prática que foi incorporada em definitivo à plataforma.
Essa solução permitiu a colocação direta da carga em trolleys sobre rodas, dotados de pontos de amarração para estabilizar a carga durante a movimentação. As rodas são direcionadas por trilhos e para as cargas maiores, o movimento horizontal era feito por guinchos, garantindo movimento suave e seguro desde a plataforma temporária até a área sob o convés próximo da uma ponte rolante. Esta ponte, junto com suas vigas de rolamento foi fabricada e montada para fazer o içamento da carga sob o convés e o deslocamento até sua posição final, sendo também contemplada no plano de rigging.
O local onde a nova bomba foi instalada, teve que ser desobstruído, fazendo-se a remoção da bomba existente, das monovias existentes e também de estrutura de mezanino de válvulas existentes. Para isso, foram desenvolvidas soluções utilizando a própria estrutura da plataforma como suporte para talhas, tifors, lingas, olhais e outros acessórios de içamento, sendo detalhada uma solução para cada peça, A integridade estrutural da plataforma em cada pontos foi verificada, garantindo a segurança do içamento.
Para a instalação do transformador da bomba, foi necessária a construção de um mezanino de estrutura metálica, bem como uma estrutura provisória para suporte do mesmo durante a montagem. Devido ao tamanho do mezanino e ao espaço disponível, a estrutura foi dividida em 3 módulos, sendo realizado içamentos com translação através de talhas suportadas pela estrutura da plataforma com olhais soldados. Os módulos foram
movimentados horizontalmente com uso de macacos hidráulicos e vigas com Teflon.
Para diminuir a incerteza por conta do desmembramento da carga, durante a elaboração do plano de rigging, a TechCon Engenharia realizou pesagem de campo para aferição do peso de cada parte da carga, bem como determinação precisa do centro de gravidade. Também foram realizadas inspeções de campo para análise de interferências e checagem das dimensões para que o plano de rigging retratasse a condição exata do local. Nas operações em que se utilizou balancim existente, foi feita a verificação estrutural pelo método dos elementos finitos.
Além dos projetos de içamento offshore, foram desenvolvidos os projetos de içamento onshore para ovação das diversas partes da bomba em container e cestas para transporte e movimentação dos containers e cestas para os barcos de suporte à plataforma (PSV). O plano de rigging também abrangeu os projetos de amarração (lashing) de todas as partes da carga para transporte marítimo.
Quando necessário, foi elaborado o projeto estrutural dos acessórios de içamento como skids, olhais e spreader frames. Todas as operações contidas no plano de rigging foram executadas com sucesso, sendo que a TechCon Engenharia supervisionou em campo todas as operações de içamento.
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