Fale conosco: +55 27 99277-6120

A Engenharia de içamento brasileira e a energia eólica offshore

*Artigo publicado na CRANE BRASIL Ed.  83

A crescente busca mundial por energias limpas e renováveis tem desafiado a engenharia por soluções eficazes, escaláveis, competitivas e que atendam à demanda da substituição das energias de origem fóssil.

Entre elas, a que mais se destaca atualmente é a energia eólica, que tem, entre outras, as seguintes vantagens em relação às energias fósseis:

  1. A produção da energia é diretamente não emissora de poluentes;
  2. Tendo o vento como fonte, fica livre das variações de preço de matéria-prima como petróleo, carvão, gás, biomassa entre outras, cujos preços podem variar bastante em função de oferta, demanda, eventos geopolíticos etc.;
  3. Essa independência de matéria-prima, torna os custos e utilização muito mais previsíveis. Por exemplo, é muito mais fácil responder: “quanto custará um gerador eólico em 2030” que responder “quanto custará um barril de petróleo em 2030”;
  4. A produção de energia é local, permitindo descentralização e redução dos custos de transmissão;
  5. É uma fonte sustentável e, na prática, inesgotável.
Fonte: Load-out da subestação/Aibel

Entre os desafios da energia eólica estão:

  1. Competitividade de preço em relação às fontes de energia existentes;
  2. Escassez de áreas com potencial de produção de energia eólica;
  3. Ruído, poluição visual e impacto na fauna da região.

Com o crescimento dos projetos em terra e a necessidade de produção de energia mais eficaz, em resposta aos desafios dos parques terrestres, os parques eólicos estão sendo construídos em mar, afastados da costa, ou offshore, com geradores mais potentes e eficazes, maior disponibilidade de áreas, sem impacto de ruído e poluição visual.

Porém, esse novo posicionamento traz outros desafios, a serem vencidos pela engenharia de construção e içamento brasileira. A tabela a seguir traz um resumo das atividades e demandas.

EstruturaDescriçãoDemandasExperiência e disponibilidade da Engenharia Brasileira
Fundação de gravidade, para águas rasasgeralmente de concreto armado
ou protendido, apoiada sobre o leito marinho tratado
Construção civil
Diques secos, diques flutuantes ou ensecadeiras
Guindastes terrestres de pequeno e médio porte
Cábreas de médio porte
Balsas de serviço
Rebocadores de grande porte
Excelente domínio do concreto
Poucas obras no Brasil de instalação offshore.
Exemplo: plataformas PUB-1 a PUB-3 (1975 a 1982) Frota de rebocadores (AHTS) ativa
Baixa disponibilidade de cábreas
Monopile ou tubulão, para águas rasas até 40 metrosCorresponde a cerca de 80% instaladas no mundo, constituída de um tubo de aço soldado de grande diâmetro, cravado no leito marinhoConstrução metalmecânica
Infraestrutura portuária com guindastes de grande porte
Balsas de serviço de grande porte
Rebocadores de médio porte
Guindastes offshore de médio a grande porte
 
Excelente domínio de metalmecânica
Muitas obras de instalação offshore
Frota de rebocadores (AHTS) ativa
Baixa disponibilidade de cábreas
Baixa disponibilidade de guindastes offshore de grande porte
Jaquetas com “topside”Estruturas metálicas de grande porte para suporte das subestações elétricasConstrução naval
Guindastes terrestres de pequeno a grande porte
Infraestrutura portuária
Equipamentos de load out
Balsas de serviço de grande porte
Rebocadores de médio a grande porte
Guindastes offshore de  grande porte
Excelente domínio de construção naval
Muitas obras de instalação offshore
Frota de rebocadores (AHTS) ativa
Baixa disponibilidade de guindastes offshore de grande porte
Rede submarina de controle, monitoração e distribuiçãoCabos e equipamentos submarinosInfraestrutura portuária
Balsas ou navios  lançadores de cabos
Balsas de serviço de médio porte para águas rasas
Rebocadores de médio porte
Guindastes offshore de  médio porte
Baixa disponibilidade de balsas ou navios  lançadores de cabos
Balsas de serviço de médio porte
Muita experiência em lançamento de dutos e Baixa disponibilidade de balsas ou navios  lançadores de cabos
Balsas de serviço de médio porte
Muita experiência em lançamento de dutos e equipamentos submarinos

Um dos gargalos esperados é a baixa disponibilidade dos navios de construção e içamento offshore, dentre eles, os navios especializados em içamento para eólicas offshore (ver Crane Brasil 82). Atualmente, com a forte demanda de construção mundial, serão necessárias novas embarcações desse tipo.

Além de toda infraestrutura e equipamentos haverá forte demanda de mão-de-obra especializada nas seguintes áreas:

– Engenharia de içamento offshore;

– Engenharia de estruturas offshore;

– Geotecnia de fundações offshore;

– Engenharia naval;

– Transporte marítimo de cargas de grande porte;

– Engenharia elétrica e de instrumentação;

– Engenharia submarina.

Como no Brasil não há a experiência com eólicas offshore, esses profissionais estão, principalmente,  atuando na área de petróleo e gás, o que deve gerar certa concorrência por essa mão-de-obra ou uso de engenharia estrangeira no início dos projetos.

Nossos projetos de içamento offshore: Clique aqui
Nossos cursos de içamento: Clique aqui